Thursday 15 January 2009

Our last works of art


I am a bit late... I should have posted these earlier, as I am very proud of them: the last pieces of work we produced with our students in Macaé are great! Below is the article that we wrote with a group of 5 13-14 year olds, about water pollution in the city. This was the project I most enjoyed this year. Normal, really, it is the one that most has to do with what I know and what I do.


But I enjoyed the others too, although it got a bit hard towards the end, when everyone saw that they were running out of time to finish the pieces. Many animation films were produced, a class did a musical, another made Cordel books - a type of popular poetry that is published in really nice little books with nice naive illustrations... Another painted graffitis on a wall of the school, inspired by famous Rio graffitis (see pic). It was a productive end of year!

POLUIÇÃO DA ÁGUA EM MACAÉ:

... SITUAÇÃO CRÍTICA, MAS NINGUÉM FAZ NADA...

Por Camila Paz, Camila Farias, Marcelly, Paulo, Rodolfo e Juliette Savin, em Macaé

Marcio pesca na beira do Rio Macaé quando tem um horário vago, por diversão. De vez em quando pesca bagre, mas e muito raro. Em Macaé, que se localiza no estado do Rio de Janeiro a poluição esta aumentando cada vez mas, poluindo rios e mares, cidade e bairros. A poluição prejudica a população e os pescadores que necessitam dos peixes para viver.

Macaé está situada no estuário do Rio Macaé e essa área é frágil. “Áreas estuarinas são frágeis, porque são áreas de baixa energia, onde tem baixa circulação de água”, diz Alexandre de Azevedo pesquisador do NUPEM, Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé. Em Macaé, o maior problema e a falta de coleta e tratamento de esgoto. Tudo acaba no rio. Isso tem repercussões dramáticas nas espécies marinhas que vivem la. “O estuário do rio Macaé e lugar de reprodução e de alimentação de muitas espécies marinhas, de peixe e camarão” explica Dr Azevedo. Vários tipos de peixe precisam do rio para se reproduzir e buscar comida: bagre africano, parati, corvina, traira, madi... E claro que a quantidade destes peixes no rio esta diminuindo, e vários estão em extinção agora. “Então a poluição do estuário tem um impacto grande sobre o estoque pesqueiro”. Marcio concorda: “hoje em dia é muito mas difícil pegar peixe aqui do que ha cinco anos atrás, mudou muito”. “A culpa é de todos nos” continua ele, “a prefeitura esta fazendo o que pode, mas o pessoal não respeita, joga aqui, contamina lá no mar também”.

A prefeitura tinha que incentivar as escolas para educar as crianças desde pequeno sobre a proteção do meio ambiente. “Poluição, da para resolver com educação das crianças” diz Jorge, 67 anos, morador de Macaé aposentado. A educação é importante na escola e da escola tem que estar levada para casa, diz ele. Talvez não esteja tão simples. “A educação tem quer ser de choque. A educação ambiental feita nas escolas hoje não é suficiente”, diz Alexandre de Azevedo.

O que falta também é educação para a gestão, “educação para os políticos e os empresários, são eles que precisam”. A Petrobras, por exemplo, tem muita culpa nos problemas de poluição em Macaé. “Onde se instala exploração mineral vira um caos ambiental”, explica Dr Azevedo, “então a Petrobras tem culpa sim, tem responsabilidade na co-gestão dessa cidade. Mas sempre foi briga de ego entre a Petrobras e a prefeitura conta ele, e não ha cooperatividade.” A poluição aumentou devido à população que cresceu cada vez mais desde a instalação da Petrobras em Macaé. Desde essa época muitas pessoas têm vindo para cá em busca de emprego. Isso, associado à falta de investimento da prefeitura em infra-estrutura na cidade, tem sido a principal causa da poluição em Macaé.

As leis ambientais no Brasil são consideradas as melhores do mundo por muitos, explica Mauricio Passeado, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Macaé. “ O problema e que ninguém compre, e falta técnicos e dinheiro para controlar”... Com 200.000 habitantes, Macaé é considerada uma cidade grande, e recebe orçamento do governo em proporção a o seu tamanho – em 2007: R$ 865 milhões. Alem disso, recebe royalties pela exploração de petróleo – mais de R$ 410.000.000 em 2006, segundo o site da prefeitura. Então dinheiro, em Macaé, ‘a cidade do petróleo’, não é problema. Tem dinheiro para ordenar a cidade, a ocupação do solo, introduzir coleta seletiva de esgoto e de lixo, e para controlar se as leis estão cumpridas por todos também. Claramente, o problema e a vontade política, vontade de mudar. “Ver que ninguém faz a sua parte me desanima” diz Marcio, olhando os barcos saindo para pescar. “Mas hoje em dia, o ser humano esta ligado em outras coisas...”.

Poluição da água não significa só falta de peixe para pescar, significa também falta de higiene básica, e doenças. Poluição da água pode causar doenças de pele, rinite alérgica, disfunções gastrointestinais, e doenças muito mas serias como cólera, febre amarela, hepatite, esquitossomose...
Os barcos podem sair para pescar ignorando o fato de que pegam cada vez menos peixe; o Marcio pode voltar amanha para lançar o seu anzol da ponte da barra, ignorando o cheiro e o lixo flutuando no rio; mas uma coisa que eles não podem ignorar, é que a responsabilidade para o que esta acontecendo na cidade e deles também. Seria bom lembrar disso nas próximas eleições municipais...